quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Texto de aprofundamento 6

Eis mais um texto de aprofundamento, e muito bom, que aborda a atualidade em relação ao homossexualismo, principalmente sobre o preconceito que eles sofrem. Aborda também algo sobre o bissexualismo, segundo a Psicologia, ele existe ou não? Só lendo pra saber! Mas é claro que cada um tem a sua opinião própria em relação a tal questão.


ISTOÉ Independente

COMPORTAMENTO


Entre eles e elas
Alvo de preconceito dos heterossexuais e dos gays, bissexuais defendem suas preferências

POR CARINA RABELO

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CORAÇÃO ABERTO
Daiene diz que se apaixona por pessoas, independentemente do sexo

"Eles não são necessariamente afeminados, nem elas, masculinizadas. Não gostavam de jogar bola e brincar de boneca ao mesmo tempo, não usavam roupas do sexo oposto, mas, desde cedo, gostavam de meninos e meninas. Hoje, em vez de disputarem pretendentes com pessoas do mesmo sexo, incluem os “rivais” nas possibilidades de relacionamento, ampliando em 50% a chance de um encontro com a almejada cara-metade. “Os bissexuais têm o comportamento igual ao de qualquer pessoa do mesmo sexo que seja heterossexual. A diferença está apenas no desejo sexual”, explica a ginecologista e terapeuta sexual Glene Rodrigues. O tema polêmico voltou à arena dos debates nacionais depois que Marcelo Arantes, 31 anos, participante do último Big Brother Brasil, assumiu ser bissexual e Thatiana Bione, 20, que também participou do programa, revelou já ter beijado mulheres.

Mas a pluralidade no desejo vem acompanhada de um alto preço: o preconceito. Os bissexuais são alvo de críticas de todos os lados. Os heterossexuais os responsabilizam pela transmissão da Aids e os homossexuais os acusam de camuflarem a verdadeira opção gay e enfraquecer a luta por direitos iguais. “Não existe bissexualidade pela psicologia. As pessoas que se dizem bi são, na verdade, homossexuais que não têm coragem de se assumir”, afirma o psicólogo e especialista em sexologia Arnaldo Risman. “A maioria dos bissexuais são gays que se protegem do preconceito e raramente se engajam na causa GLS”, acusa o fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott.

PRECOCE Felipe, 18 anos, namora meninos e meninas desde os 11

A polêmica sobre se a bissexualidade existe é falsa para quem sente atração por homens e mulheres. “É como obrigar alguém a escolher entre pessoas loiras ou morenas. Não se pode gostar dos dois?”, questiona o ator e modelo Felipe Defall, 18 anos, que namora garotos e garotas desde os 11 anos. “É simples. Nós nos apaixonamos por pessoas, sem rótulos. O sexo é apenas uma questão secundária”, resume a professora de educação física Daiene Cruz Mercado, 25 anos.

Na maior pesquisa sobre sexualidade brasileira, coordenada por Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, 3,1% das mulheres se declararam homo ou bissexuais. Entre os homens, 3,9% afirmaram ter práticas homossexuais e 4,7% bissexuais. No total, foram ouvidas 2.835 pessoas, em 2001, em seis capitais e algumas cidades paulistas. A crescente contaminação de mulheres casadas pelo HIV também jogou luz sobre os homens bissexuais ocultos. Estima-se que 80% delas tenham sido infectadas pelos maridos que, paralelamente, mantinham relação com homens.

NA TEVÊ O big brother Marcelo assumiu ser bi no programa

Nem uma relação monogâmica de longo prazo é motivo para questionar a bissexualidade, segundo uma pesquisa de janeiro passado da Universidade de Utah (EUA). De acordo com o estudo, 89% das mulheres bissexuais mantêm a orientação sexual mesmo quando envolvidas em uma relação estável com um único parceiro. “A sociedade caminha para um modelo único de relacionamento na medida em que o homem perde características tipicamente masculinas e a mulher absorve estas características”, explica o pesquisador e médico italiano Umberto Veronesi, estudioso da sexualidade humana. “O prazer com os dois sexos é a evolução natural da espécie humana”, aposta.

Mas, apesar do desejo duplo, os bissexuais costumam ter preferências. Em geral, elas tendem a rejeitar os machões e não resistem aos tipos sensíveis, companheiros e que gostam de discutir a relação. Eles, por sua vez, evitam mulheres frágeis, preferindo as mais fortes e determinadas. “Com as muito sensíveis, a gente tem de ter mais cuidado com o jeito de falar. Os homens são mais desencanados”, opina Ajams Smytt, 20 anos. O funcionário público Rodrigo Santana conversa abertamente sobre a sua bissexualidade com a esposa, sua parceira há cinco anos. “Ela sabe que já tive um namorado e, quando saímos, admiramos juntos os homens bonitos”, conta ele, que diz ter encontrado nela a parceira ideal para viver seus desejos sexuais na plenitude.

BISSEXUAIS HISTÓRICOS
Ao longo dos anos, não faltaram exemplos de personalidades
que assumiram gostar de ambos os sexos:

Alexandre, o Grande
O rei da Macedônia, conhecido pela sua virilidade e bravura,
teria se apaixonado por Hephastion, um amigo de infância
com quem manteve uma relação de anos. Mas nunca deixou
de se relacionar com mulheres, entre elas a princesa Roxane,
da Pérsia.

Frida Kahlo
Apesar da paixão pelo seu marido, Diego Rivera, e do
envolvimento com León Trotsky e o poeta André Breton,
a pintora mexicana se relacionou com as atrizes Dolores
Del Rio, Maria Felix e Paulette Goddard e a artista plástica
Georgia O’Keeffe.

Simone de Beauvoir
Na obra O segundo sexo, a escritora fala abertamente
da sua bissexualidade e das relações que mantinha
com as alunas. Ela defendia os triângulos amorosos e
se relacionava com o filósofo Jean-Paul Sartre, com
quem compartilhava amantes."


Fonte:
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2004/artigo75961-1.htm
Acessado no dia 07/10, às 21h30.

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