sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Vídeo - Homossexualidade

Este vídeo aborda sobre a diminuição do preconceito no Brasil em relação aos gays. É uma matéria que foi ao ar no Fantástico em 2006. Particularmente, eu acho as matérias do Fantástico ridículas e sensacionalistas, como em quaisquer outros programas em alguns canais da tv, mas esta matéria é interessante para o nosso trabalho.

Évelyn

Link do vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=mjd94QChjgc&feature=related

ONG: ELOS - Grupo LGBT

Entrevista com Evaldo Amorim (diretor do ELOS) relacionada sobre a psicóloga que diz que pode curar o homossexualismo.



31 de Julho de 2009

Movimento LGBT pede cassação de psicóloga que promete curar homossexualismo


Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil






"Brasília - Um abaixo-assinado do qual participaram mais de 100 associações de defesa dos direitos humanos e dos homossexuais, protocolado hoje (31) no Conselho Federal de Psicologia (CFP), pede a cassação do registro profissional da psicóloga Rozângela Alves Justino por prometer cura para o homossexualismo masculino e feminino. O julgamento ético pelo CFP, entretanto, resultou apenas na confirmação de um censura pública à psicóloga.

A decisão foi considerada parcialmente satisfatória pela ONG Elos LGBT, que atua em defesa dos direitos e da cidadania de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis no Distrito Federal.

“Esperávamos a cassação do registro dela [Rozângela], mas dentro desse cenário a censura já é uma vitoria, pois inibir qualquer profissional a tratar as pessoas homossexuais dessa maneira. Insistir que homossexualismo é doença para nós é uma enorme ofensa”, afirmou o presidente da Elos LGBT, Evaldo Amorim.

O ativista também repudiou o temor manifestado pela psicóloga de ser agredida nas ruas por homossexuais. Em entrevista após o julgamento, Rozângela usou máscara e óculos escuros alegando razões de segurança para não ser reconhecida.

“É uma postura infeliz e outro desrespeito às pessoas LGBT. Nosso movimento de manifestações contra ela é pacífico. É mais um fator que demonstra o desequilíbrio desta moça.Violência é ela dizer que somos doentes”, criticou Amorim."

Fonte:



ELOS - Grupo em defesa dos direitos e cidadania de LGBT do DF

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Texto de aprofundamento 12

Este texto relata sobre o homossexualismo, também na adolescência, e a função da psicoterapia neste caso.


Homossexualidade e Psicoterapia

Amilton Martins dos Santos

"Para falar sobre homossexualidade será necessário falar sobre sexualidade. O conceito de sexualidade é um pouco complicado, pois envolve uma série de fatores, tais como comportamento, ato sexual em si, noções do que seja masculino e feminino e orientação sexual, sendo este último ponto o foco deste trabalho.

O primeiro elemento presente ao se falar sobre sexualidade é o corpo com o qual se nasce, geneticamente todos nascem homens ou mulheres, contudo há uma variação nesta composição da sexualidade, pois existem os hermafroditas. Durante o desenvolvimento, os hormônios passam a atuar e surgem as características secundárias, tais como: barba e pelos nos meninos e quadris arredondados e mamas nas meninas. Até este ponto foi uma breve descrição sobre o sexo biológico. Será que o sexo biológico define a orientação sexual? Quer dizer o homem sempre terá seu desejo sexual dirigido à mulher e vice-versa? A resposta é não. Orientação sexual significa para qual pessoa está dirigido o desejo em estabelecer um relacionamento sexual e amoroso. Neste sentido podem existir diferentes orientações sexuais, que não estão relacionadas ao sexo biológico. Quanto à orientação existem três grandes grupos que podem ser definidos como: 1)Homossexual - aquele que sente desejo por pessoas do mesmo sexo; 2)Bissexual - aquele que sente desejo por pessoas de ambos os sexos; 3)Heterossexual - aquele que sente desejo por pessoas do sexo oposto (Picazio, 1998).

Considerando que o sexo biológico não define a orientação sexual, fica uma questão, ainda não respondida, como ocorre à definição da orientação sexual? Esta é uma pergunta, que durante muito tempo e até hoje permeia o pensamento de alguns pesquisadores, porém não é o foco do presente trabalho, o que se pretende aqui é pensar de que forma o homossexual pode melhorar a sua qualidade de vida.

De acordo com Isay (1998) das várias tarefas a serem cumpridas durante a adolescência, uma das mais importante é a consolidação de uma identidade sexual. O adolescente homossexual entra neste período com uma sobrecarga maior do que os adolescentes heterossexuais, pois já se percebem diferentes e em algumas situações se sentem rejeitados, o que pode levá-los a desenvolver um padrão de comportamento evitativo ou introvertido. Outra conseqüência possível, desta situação é a tentativa de negar a homossexualidade, procurando manter um comportamento heterossexual. Soma-se, ainda, a estes sentimentos e pensamentos (comportamentos encobertos) sobre a homossexualidade, o fato de que os adolescentes têm poucos modelos homossexuais com os quais possam se identificar, de forma a ter modelos de comportamentos adequados ou possíveis de serem admirados.

Esse conflito vivido pelo adolescente também é discutido por Pinto (1999) que afirma ser necessária às escolas desenvolverem programas de orientação/educação sexual, pois apesar da quantidade de informações sobre sexualidade que os adolescentes atualmente têm, ainda é alto o número de adolescentes grávidas. Neste sentido ele aponta para o fato de que falar sobre educação ou orientação sexual nas escolas não pode se limitar apenas ao ato sexual, pois sexualidade envolve diversos aspectos, como: ato sexual; prevenção a DST e gravidez; diversidade sexual (homossexualidade, heterossexualidade e bissexualidade); família; entre outros. Contudo é importante tomar cuidado para que essa atitude das escolas não substitua o diálogo, que também é necessário, no ambiente familiar, a proposta é que a ação da escola sirva como estímulo para que a família possa desenvolver o hábito de manter um diálogo aberto sobre sexualidade. Com isto a orientação/educação sexual pode ampliar a possibilidade das pessoas se posicionarem de maneira criativa e consciente diante da sexualidade, alargando seu ângulo de visão, promovendo uma maior gama de recursos para tomar suas posições e orientar seus valores diante da sexualidade.

Este tipo de ação pode promover uma abertura para o diálogo sobre as diferentes facetas da sexualidade, tanto nas escolas quanto no âmbito familiar, o que pode gerar uma discussão mais ampla de forma que gradativamente essas diferenças possam conviver de maneira mais harmoniosa no dia-a-dia.

Retornando à idéia dos conflitos vividos pelos adolescentes e mais especificamente ao adolescente homossexual, surge um ponto que vai além da sexualidade, a auto-estima, ou seja, quais as regras que esses adolescentes desenvolveram sobre si, como se percebem, quais os sentimentos possuem sobre si. A construção da auto-estima de um indivíduo está diretamente relacionada à sua história de condicionamento, pois o ambiente e a comunidade verbal no qual a criança e o adolescente se desenvolveram, são responsáveis pelas informações transmitidas a estes, inclusive sobre o próprio valor, desta forma são estruturadas regras que tanto podem ser funcionais como não. Sendo assim, as posturas negativas e preconceituosas da família, amigos ou sociedade em relação à homossexualidade, podem gerar comportamentos de autopunição, pensamentos negativos e autocensura, sentimentos de culpa por ser um desviante, o que afeta a auto-estima do adolescente homossexual (Hardin, 2000).

De acordo com Guilhardi (2002) a “culpa” envolve uma comunidade poderosa (governo, sistema judiciário, professores, pais etc.) que julga (categoriza) um determinado comportamento como ilegal (inadequado) e o condena, de acordo com a lei ou as regras do grupo social (pune-o)”. É importante salientar que a culpa é entendida como um sentimento, porém os sentimentos não são causas de comportamentos, mas sim comportamentos (Skinner, 1993), portanto os sentimentos sempre são derivados de uma série de contingências vividas pelo indivíduo. Neste caso as contingências de controle do comportamento de culpa estão relacionadas com o controle coercitivo, ou seja, pela presença de punição ou reforçamento negativo, que está constantemente presente na vida do homossexual.

Esse tipo de controle observado no dia-a-dia, que gera o sentimento de culpa e promove o preconceito não afeta apenas o homossexual, mas a família do homossexual também é afetada, pois de acordo com Riesenfeld (2002:32) “nossa sociedade não informa nem prepara um pai ou uma mãe para escutar de sua (seu) filha (o) a frase: “Sou lésbica” ou “Sou homossexual”. Essa falta de abertura para a discussão sobre a diversidade da sexualidade acaba gerando uma série de imagens irreais sobre o que é ser homossexual. Frente a essa situação, é comum que muitos homossexuais só assumam sua homossexualidade para a família ou amigos depois de estar envolvido em alguma associação gay ou mesmo em movimentos gays ou mantenham uma vida ativa no que diz respeito a amizades ou parceiros homossexuais, interações estas que possibilitam o desenvolvimento de estratégias de coping/enfrentamento, em relação ao preconceito.

De acordo com Kuehlwein (1998) o trabalho do psicólogo com homossexuais, envolve fazer uma avaliação das crenças e do ambiente social do cliente, identificando as mensagens que ele obteve sobre si, sua sexualidade e sua homossexualidade, com o objetivo de explicar as dificuldades em relação à auto-aceitação e construir novas crenças; consolidar uma identidade gay positiva, para isso o autor propõe o uso de diversos materiais como, por exemplo, livros ou filmes, com o objetivo de uma melhora na auto-estima do cliente; trabalhar as evidências sobre as atitudes da família e dos amigos, identificando evidências reais e fantasiosas; e desenvolver junto ao cliente uma rede social de amigos gays e heterossexuais.

Para Lé Sénéchal-Machado (2002:133) “a psicoterapia comportamental de orientação behaviorista radical privilegia um processo de autoconhecimento com vistas a promover um maior desenvolvimento da percepção que uma pessoa tem sobre si, de suas atitudes, pensamentos e sentimentos”. Neste sentido, propõe que ao trabalhar com homossexuais é importante identificar os problemas e as situações conflitantes que a identidade homossexual produz, de forma que essa identificação possibilite a manipulação de variáveis que provoquem modificação de comportamentos do cliente.

Para Skinner (1993), a psicoterapia é vista como uma agência controladora, não tão “organizada quanto o governo ou a religião, mas uma profissão, cujos membros observam procedimentos mais ou menos padronizados” (1993:348). Esta característica de agência controladora deve-se ao fato de que a psicoterapia está relacionada, com comportamentos considerados inconvenientes ou perigosos para o próprio indivíduo ou para os outros, desta forma, pode-se dizer que quando uma pessoa procura a ajuda de um profissional da psicologia está sob controle de condições aversivas, que estão presentes em sua vida e por isto decidiu fazer terapia, portanto a possibilidade de mudança é vista como promessa de alívio, o que coloca o psicólogo como novo agente controlador. O próprio Skinner (1995:46) aponta que “a psicoterapia é, freqüentemente, um espaço para aumentar a auto-observação, para “trazer à consciência” uma parcela maior daquilo que é feito e das razões pelas quais as coisas são feitas”.

De acordo com Rangé (1995), a psicoterapia comportamental se preocupa com mudança de comportamento, e essa mudança se baseia em uma análise funcional dos comportamentos considerados problemáticos. Neste sentido ele afirma que uma psicoterapia precisa oferecer: 1)efetividade; 2) otimização entre custo e benefício; 3) garantir que não existirão efeitos perniciosos decorrentes da intervenção; e 4) manutenção dos resultados.

Apesar do enfoque na mudança do comportamento, na teoria comportamentamental, quando se fala sobre a intervenção clínica, não é possível limitar a atuação apenas à mudança dos comportamentos. Esta intervenção deve ser mais ampla, realizando, como já citado anteriormente, a análise funcional de forma a identificar as contingências que estão mantendo estes comportamentos, assim como inferir quais as contingências que operaram no passado. Para isso é necessário que o terapeuta operacionalize os comportamentos, identifique as variáveis que controlam o cliente, as respostas emitidas pelo cliente em cada situação e quais as variáveis deverão ser manipuladas para alterar os padrões de comportamento do cliente (Castanheira, 2002; Baptistussi, 2000; Delitti, 1997; Meyer, 1997).

A psicoterapia é vista como um processo no qual o terapeuta é identificado como o aquele que ajuda o cliente a superar suas dificuldades. Neste sentido, Mahoney (1998) descreve alguns “princípios gerais da ajuda humana”, sendo que alguns destes princípios são: “... 3 - o processo de ajuda reflete a dinâmica da reorganização experiencial nos contextos conjuntos de: (a) um relacionamento seguro e afetivo; (b) uma razão tácita ou explícita que possibilite o progresso; (c) um engajamento ativo em rituais que envolvam significados pessoais e fortes emoções; ...14 – o clínico ideal é capaz de convidar e manter conjuntamente um relacionamento íntimo não-sexual com aqueles a quem serve, um relacionamento no qual as necessidades emocionais do clínico sejam subservientes”. Observando esses dois princípios percebe-se a relevância da relação terapêutica, pois num processo psicoterápico esta relação pode ser vista como a base necessária sobre a qual estabelecesse a confiança e segurança por parte do cliente em relação ao terapeuta, o que aumenta a probabilidade de que as intervenções sejam realizadas de forma eficaz.

Portanto pode-se dizer que a psicoterapia é um processo que envolve uma relação humana, na qual estão presentes o cliente e o terapeuta. Nessa relação, cada um tem seu papel definido, sendo o terapeuta o responsável pela ajuda e o cliente aquele que procura ajuda. Nesta relação, o terapeuta oferece: seu conhecimento teórico e técnico, de forma a identificar padrões de comportamentos; contingências e metacontingências relacionadas aos comportamentos do cliente; favorecer o desenvolvimento de um relacionamento favorável à exposição; construir um novo repertório de comportamentos; e possibilitar a manutenção dessas mudanças na vida do cliente. Enquanto que o cliente oferece ao terapeuta a possibilidade de lhe contar sua história, estar disponível para seguir as orientações e intervenções propostas pelo terapeuta e a esperança de que o terapeuta possa ajudá-lo."

Fonte:

http://www.vivercomqualidade.psc.br/homossexualidade_e_psicoterapia.htm

Acessado em 22/10, às 15h.

ONG: Visita ao Estruturação - Grupo LGBT

O Grupo Mentes Abertas foi até a ONG Estruturação - Grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais travestis, transexuais e transgêneros) de brasília para poder saber um pouco mais sobre as ações dessa instituição que auxília e orienta todos que precisam, esse trabalho e feito apenas com a boa vontade de voluntariados.
O nome do presidente da ong e Júlio Cardia e o vice Michael Platines, existente desde 1994 a ong estruturação oferece reuniões durante as semana sebre diversos temas como saúde, atual idade, política entre outros assuntos que influenciam diariamente na vida das pessoas e no convívio entre a sociedade, através de voluntários a ong oferece também auxílio psicológico e jurídico.
No momento em Brasília 10% da população e homossexual, e mesmo assim nos deparamos o tempo todo com muitos preconceitos sobre a opção sexual de muitos integrantes da nossa sociedade, sendo que são pessoas normais como qualquer um outro individuo que seja heterossexual, a opção da sexualidade de uma pessoa em nada diminue o seu papel na sociedade ou no desempenho de sua função no trabalho e até mesmo no convívio diário com as pessoas, temos que repeitar e tratar como igual todas as pessoas independente de raça, cor, religião ou opção sexual.
No site http://www.estruturacao.org.br/, você encontra datas de eventos na cidade, os horários os dias e os temas das reuniões oferecidos pela ONG. Colocaremos aqui um texto de um panfleto que o Grupo Mentes Abertas achou muito interessante.

Direitos dos homossexuais em Israel
Em 1988 iniciou-se a revolução homossexual israelense.
"Lei de igualdade de orportunidade de emprego, do ano de 1992, proíbi expressamente a discriminação em ambientes de trabalho por conta da orientação sexual do trabalhador.
desde então, uma série de leis foram acrescentadas, como por exemplo a punição por discriminação em locais públicos, incluindo locais entreterimento e diversão por conta da orientação sexual do indivíduo.
O casal homossexual foi plenamente reconhecido como tal no domínio fiscal,
desfrutando do mesmos direitos, privilégios e obrigações que os casais heterossexuais.
Desde 1993, o exército israelense proibiu toda e qualquer discriminação contra soldados e oficiais por conta de sua orientação sexual e todas as portarias que limitavama o acesso de homossexuais e lésbicas ao serviço militar e ás forças de segurança foram revogadas.
Desde 2000, 16 anos é a idade mínima permitida para relações sexuais consensuais, independentemente da orientação sexual das pessoas envolvidas.
Uma emenda á lei de 1997 aumentou a pena no que se refere á calúnia e difamação contra uma pessoa por conta de sua orientação sexual.
A lei prevê também que qualquer crime contra uma pessoa, com base em sua orientação sexual será considerado crime de ódio, o que leva á duplicação da pena estabelecida para a primeira ofensa.
Como na maioria dos países do mundo, a legislação israelense não comtempla possibilidade de casamento entre homossexuais. No entato, casais homossexuais na realidade têm sido reconhecido pela jurisprudência dos tribunais isrelenses em muitos aspectos:
Previdência Social:
A lesgislação atual é igual para casais homossexuais em questões como as pensões da previdência social, penções por viuvez ou serviços de saúde.
Sucessão:
Os tribunais, com o aconselhamento do Procurador-Geral do Estado, reconheceram o direito á herança para parceiros do mesmo sexo.
Casamento no exterior:
Na ausência de casamento civil em Israel, o Supremo Tribunal reconheceu casamentos homossexuais celebrados em outros países e prevê como válidos dentro de Israel.
O Tribunal de família de Israel ordenou o reconhecimento de adoções feitas legalmente fora de Israel.
Do mesmo modo os tribunais reconheceram o direito de um casal de lésbicas em adotar os filhos de uma outra, de modo que ambas seja resgistradas como mães de cada criança.
Recentemente as autoridades civis israelenses aumentaram os direitos de adoção para casais homossexuais com certas limitações, mas este direito ainda não foi equiparado ao dos casais heterossexuais."

Fonte:
Ministério das Relações Exteriores de Israel

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Texto de aprofundamento 11

Este texto é um artigo que traz um panorama geral sobre a sexualidade na adolescência.


Sexualidade na adolescência

"A sexualidade, no ser humano, possui um longo desenvolvimento e tem seu início desde o nascimento. Trata-se de uma organização que vai se estruturando a partir de fases, desde as pré-genitais até a genital propriamente dita, que é atingida com a maturidade.

O objetivo deste artigo será o de conhecermos um pouco do funcionamento da sexualidade no período da adolescência.

Mesmo que para uma compreensão melhor desse tema pensemos em fases e determinemos faixas de idade ou tendências para certos comportamentos, vale lembrar que cada pessoa tem o seu próprio desenvolvimento, com uma ordem particular e única.

Dois acontecimentos específicos marcam o início da puberdade: nos meninos, a primeira ejaculação, ou polução; nas meninas, a menstruação, e, com as transformações que começam a ocorrer no corpo, tornam-se experiências que provocam intensas emoções, muitas vezes carregadas de angústia e culpa. Mas, ao mesmo tempo, tudo isso é muito desejado e motivo de orgulho, porque são marcos que indicam a saída da infância.

No início da adolescência, na puberdade, por volta dos onze, doze anos, a sexualidade é auto-erótica, ou seja, o jovem está mais voltado para si mesmo, para o seu corpo. E o que prevalece aqui é a masturbação, que não vem acompanhada, necessariamente,de fantasias com um objeto sexual. É uma atividade importante porque proporciona um conhecimento do corpo e das sensações que provêm dele e é também um ensaio para a futura sexualidade heterossexual. Além disso, pode ser usada como descarga de impulsos agressivos e válvula de escape para situações de tensão, frustração e conflito, possibilitando, assim, uma compensação ao sofrimento.

Mesmo em condições mais liberais, o adolescente poderá sentir-se culpado com a prática masturbatória, pois em nossa cultura ela ainda está associada a pecado, a sujeira e a diversos mitos. Mas a masturbação, nessa fase, faz parte do desenvolvimento normal.

Com a intensa excitação, sintomas como medos e fobias podem aparecer.

Também as dores de estômago, de cabeça, as tonturas, roer unhas, gagueira, mexer no cabelo podem ser expressões de conflitos nessa área. Outras ainda são os medos de monstros, ladrões, ou bichos, que deixam o jovem muito assustado. Ao mesmo tempo, há uma atração especial pelos filmes de terror, porque sobre eles pode-se projetar todo o horror e pavor que a explosão da sexualidade e as transformações que estão ocorrendo provocam no adolescente. Entrar em contato com o corpo modificado é algo que quase sempre causa desconforto e estranheza.

Os transtornos alimentares são outro exemplo de quadros que representam conflitos intensos em relação a essa questão.

Gradativamente, a fase auto-erótica vai dando lugar a uma fase homossexual, antes de partir para uma sexualidade heterossexual. A relação de amizade com os amigos do mesmo sexo é uma forma de proteger-se do contato com o sexo oposto, que é muito desejado, mas muito temido também. É um momento em que vemos as amizades idealizadas, onde a escolha do amigo pode se basear naquela qualidade que o outro tem e que é muito admirada. Nas meninas, é freqüente a paixão por uma amiga ou por uma pessoa reconhecida como especial.

Com o avanço da adolescência, por volta dos quinze anos, o jovem vai começando a definir, lentamente, sua inclinação sexual. A busca das relações adquire novos aspectos. A masturbação ainda está presente, mas possui características um pouco diferentes, pois já é acompanhada de fantasias com outras pessoas.

O adolescente volta-se para o amor heterossexual, mas os contatos ainda são feitos sob o domínio do grupo.

São freqüentes as paixões platônicas, sentimentos que são experimentados mais internamente do que na prática.

Se existe uma atividade sexual esta é acompanhada, muitas vezes, de ejaculação precoce e uma confusão na forma de lidar com as relações. Em geral, os meninos, assim que conseguem realizar um ato sexual, tendem a espalhar a notícia, numa necessidade exibicionista, seguida de desprezo à parceira. Isso também é próprio de uma cultura que valoriza o machismo e fecha as possibilidades para uma imagem mais integrada e menos consumista do ser humano. Às meninas resta, muitas vezes, renderem-se a essa situação por falta de condições diferentes.

A pornografia, o álcool, as drogas, e as gangues também passam a ser alvo de interesse. As relações em grupo acontecem em meio a sentimentos intensos de ódio, inveja, competição e traição. Uma alternativa para ajudar o adolescente a canalizar parte dessa violenta carga de emoções é o acesso a atividades esportivas.

Por outro lado, nessa fase, observa-se, também, um afloramento da criatividade, do otimismo, do desejo de justiça, de um idealismo, de buscar tudo que possa tornar a vida melhor. São qualidades que precisam ser acolhidas e aproveitadas pela família e pela sociedade no geral.

No período final da adolescência, o jovem está mais independente, não precisa tanto do grupo e está à procura de um(a) parceiro(a), com uma capacidade maior de desenvolver a ternura, o cuidado com o objeto amoroso. Trata-se de uma necessidade tão grande, que, se não satisfeita, empurra o jovem para a solidão, um estado difícil para quem ainda não possui elementos suficientemente consistentes para tolerá-la ou superá-la.

Há uma tendência a ir substituindo a masturbação pela atividade genital com um parceiro, mas ainda não é o momento de fazer escolhas mais decisivas, visto que a idealização é uma condição ainda presente, embora minimizada.

O final da adolescência marca, para o jovem, a superação do desafio de buscar a sua identidade e liberdade, conquistas que dependem da renúncia aos pais da infância e do reconhecimento da sua individualidade. O que importa, nesse momento, é libertar-se do pai e abrir caminhos para a vida adulta.

A adolescência é considerada uma fase tão rica de transformações, em todos os sentidos, que foi considerada pelo psicanalista Maurício Knobel, uma síndrome, a síndrome da adolescência normal, onde são tratados como normais, nesse período, os transtornos, os conflitos e as ações atípicas, que em outros momentos da vida poderiam ser considerados patológicos."

Por Élide Camargo Signorelli

Fonte:
http://falandonaquilo.blogtv.uol.com.br/2009/08/07/sexualidade-na-adolescencia

Acessado em 21/10, às 11h.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Texto pessoal

Eis o o texto pessoal que o Hamilton fez. Peço que comentem para irmos acrescentando informações para bolarmos outros textos, pré-textos finais, diria.


Papel do psicólogo e postura ética diante dos seus pacientes

Cujo, a responsabilidade dentre essa ciência que perpassa por um processo constante dentre a sociedade e suas concepções do mesmo, o psicólogo deverá se atualizar e definir e redefinir seus conceitos, para não cair em seus próprios conceitos e até mesmo nos próprios preconceitos, pois o papel do psicólogo diante da sociedade passa por uma estrema responsabilidade ao lidar com os seres humanos.

Segundo o conselho federal de psicologia (CFP), cuja publicação em 1999 e citada em entrevista com a psicóloga Janaina Leslão Garcia, integrada ao grupo de trabalho GLBTTT do CRP-SP.

    Artigo 1º - Os psicólogos atuarão segundo os princípios éticos da profissão, notadamente aqueles que disciplinam a não discriminação e a promoção e o bem-estar das pessoas e da humanidade.Artigo 2º - Os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas.
    Artigo 3º - Os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.
    Parágrafo único - Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
    Artigo 4º - Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica. (Entrevista:Janaina Leslão Garcia.Orientação sexual questão de gênero.A regra é clara. CRP-SP,Resolução:1/1999)

Todavia, o psicólogo deverá partir do pressuposto que o psicólogo não poderá parti dos seus próprios conceitos sobre as definições dos seres e, suas devidas relações, tendo em vista que a orientar para aceitação dos problemas e das suas patologias de acordo com cada ser humano, entretanto, a forma que o Homem ou a mulher definem se, relacionar não cabe ao psicólogo, seja em quaisquer situação definir, pois não se trata de uma doença

Cujo, os psicólogos deverão ter uma postura ética e moral diante de alguma situação, pois a orientação de gênero se trata de questões delicadas e o psicólogo deverá evitar pronunciar questões ofensivas e até mesmo preconceituosas.

Contudo, sabemos que esse campo ainda é objeto de muita pesquisa como citado por Janaina Leslão Garcia.

      P - Até que ponto os psicólogos estão preparados para tratar das questões envolvendo orientação sexual e questões de gênero?
      Janaína - Esse campo ainda é objeto de muitos estudos. Os psicólogos que participaram da 1ª Conferência Nacional GLBT, ocorrida em junho, em Brasília, colocaram a necessidade de produzir conhecimentos para lidar adequadamente com essas questões. Uma dificuldade é que esses temas nem sempre são abordados durante a formação. De qualquer forma, a Resolução 01/99 do Conselho oferece uma diretriz clara: a de que orientação sexual não é doença e, portanto, não pode ser abordada como tal.”

Ou seja, o trabalho do psicólogo é árduo ele deverá estudar muito antes de fazer definições sobre os seres, pois podemos ser levados por conceitos enviáveis na profissão que exercemos, tendo em vista que o psicólogo deverá sempre escutar os familiares, quando é envolvido em questões de orientação sexual, pois assim o trabalho em questão sujeito se tornará em grupo para fornecer questões para não afetar o individuo na sua vida no dia a dia,

Portando, homossexualidade não é tratável, nos nossos conceitos como psicólogo, e aqueles que irem aquém deste principio poderá ser punido por estar indo contra os nossos princípios éticos da profissão.

Hamilton Ricardo Ferreira

Texto de aprofundamento 10

Uma entrevista sobre a opinião de uma psicóloga sobre a atuação do profissional psicólogo na orientação sexual.

"Em 1999, o Conselho Federal de Psicologia publicou a resolução 01/99, que regulamenta a prática do psicólogo na questão da orientação sexual. A decisão foi histórica: o CFP foi o primeiro conselho profissional a publicar uma norma preconizando a defesa da livre orientação sexual. Apesar da iniciativa, a abordagem em casos que envolvem orientação sexual e identidade de gênero continua sendo delicada e, não raro, objeto de dúvidas. Na entrevista a seguir, a psicóloga Janaína Leslão Garcia, integrante do Grupo de Trabalho GLBTTT do CRP SP, fala sobre o tema. Veja também os principais pontos da resolução no boxe.



P - Até que ponto os psicólogos estão preparados para tratar das questões envolvendo orientação sexual e questões de gênero?
Janaína - Esse campo ainda é objeto de muitos estudos. Os psicólogos que participaram da 1ª Conferência Nacional GLBT, ocorrida em junho, em Brasília, colocaram a necessidade de produzir conhecimentos para lidar adequadamente com essas questões. Uma dificuldade é que esses temas nem sempre são abordados durante a formação. De qualquer forma, a Resolução 01/99 do Conselho oferece uma diretriz clara: a de que orientação sexual não é doença e, portanto, não pode ser abordada como tal.

P - Qual deve ser a postura do psicólogo diante de um caso que envolva orientação sexual?
Janaína - O que ele pode fazer é escutar o paciente, e a família, quando for o caso, e ajudá-los a descobrir qual a real dificuldade da situação que estão vivendo, sem que essa atuação tenha como base uma visão patologizante.

P - Como ficam as chamadas "terapias reversivas"?
Janaína - As terapias chamadas de reversivas se propõem a "curar" pessoas que não se encontram dentro do padrão heterossexual. Elas vão, portanto, em sentido completamente contrário àquilo que a Psicologia e a ciência de hoje preconizam. De um ponto de vista formal, um psicólogo que defenda esse tipo de abordagem está em claro confronto com a resolução do Conselho Federal de Psicologia e, em conseqüência, sujeitos a penalidades que vão da advertência até a cassação do registro profissional.

P - Como você vê as psicoterapias afirmativas?
Janaína - As psicoterapias afirmativas partem do pressuposto de que a orientação sexual não é uma patologia e, nesse sentido, estão em acordo com a orientação do CFP. Contudo, a idéia de reforçar valores associados aos grupos não-heterossexuais cria, potencialmente, um risco com relação à objetividade e à neutralidade que o psicólogo deve, minimamente, manter em relação ao seu paciente. Um psicólogo não pode, por exemplo, induzir o seu paciente a se assumir como gay ou a tomar qualquer outra atitude que ele, paciente, manifestamente não queira. Ele tem de estar junto com o paciente e não fornecer um caminho.

A RESOLUÇÃO 01/99

Artigo 1º - Os psicólogos atuarão segundo os princípios éticos da profissão, notadamente aqueles que disciplinam a não discriminação e a promoção e o bem-estar das pessoas e da humanidade.
Artigo 2º - Os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas.
Artigo 3º - Os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.
Parágrafo único - Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Artigo 4º - Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica."

Fonte:
Questões Éticas

Texto de aprofundamento 9

O famoso caso da psicóloga que diz que o indivíduo "está homossexual"...

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) decidiu, nesta sexta-feira (31), aplicar uma censura pública à carioca Rozângela Alves Justino, psicóloga que oferecia terapia para curar o homossexualismo.

Ela já havia sido condenada à censura pública no Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro em 2007. Resolução do CFP de 1999 proíbe os psicólogos de tratar a homossexualidade como doença, distúrbio ou perversão e de oferecer qualquer tipo de tratamento.

"A terapeuta estava sujeita à suspensão do exercício profissional por 30 dias ou, até mesmo, à cassação do registro. Entretanto, os conselheiros decidiram, por unanimidade, que a censura pública era a medida mais adequada no caso.

Para Igo Martini, presidente do Centro Paranaense de Cidadania, um das entidades filiadas a ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), a não cassação do registro de Rozângela significa afirmar que é possível curar um homossexual. "Vamos recorrer da decisão em todas as instâncias. Precisamos que essa senhora pare de atuar. Já temos, inclusive, notícias de outros profissionais que têm atuado de mesma forma que ela, principalmente ligados a religiões", disse.

Em seu blog na internet, Rozângela, que é evangélica, se diz perseguida pelo Conselho Federal de Psicologia, no que ela chama "Ditadura Gay". Para a psicóloga, as pessoas não são homossexuais, mas "estão" homossexuais.

Para defender sua tese, ela cita a classificação da Organização Mundial de Saúde que divide a orientação sexual em bem aceita/assumida pela pessoa (egossintônica) ou mal aceita (egodistônica). "Então, em pessoas cuja homossexualidade seja egodistônica, respeitando a motivação individual para efetuar as mudanças que elas mesmas desejarem, o estado homossexual é passível de mudança", escreve.

Para a militância LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), tal opinião contribui para o preconceito e a negação do homossexualismo tanto pela pessoa quanto pela família, ao postular que existe cura. "Esse tratamento é charlatanismo, pois tanto OMS quanto o Conselho Internacional de Psiquiatria declara que o homossexualismo não é doença nem transtorno mental. Mesma coisa dizer que vai curar a Aids", fala Igo. "O sofrimento vem da pessoa não aceitar sua condição, não viver bem consigo mesma. Os homossexuais sofrem ainda mais por conta de profissionais como essa senhora e de religiosos que dizem que isso é pecado. Essa postura contribui para que cada vez mais pessoas não saiam do armário", continua."

*Informações da Agência Brasil

Entrevista

Em entrevistas realizadas com algumas jovens várias questões foram levantadas a respeito da atual condição homossexual e suas respectivas implicações perante a sociedade e no núcleo da família. Com uma abordagem sobre as pretensões e inquietações dessas jovens, alguns pontos chamaram a atenção pelo fato da convergência nas respostas de meninas que afirmaram que sua homossexualidade foi resultado de traumas em relacionamentos heterossexuais.

Questionário

1- Pra você quais são os ideais da parada LGBT?

Sem ideologia concreta,não passa de sensacionalismo barato sem uma repercussão política. Algumas pessoas até levam a sério, outras só estão afim de "zoar"
.

2- Cite 3 exemplos de preconceitos vivenciados ou presenciados no meio.


Exclusão por parte dos amigos, agressões verbais e até agressão física.


3- Se pudesse mudaria sua opção? Por quê?


Mudaria com certeza. Porque tenho objetivo de constituir uma família tradicional, ter filhos essas coisas.


4- O que é homossexualidade para você?


Tema bastante complexo, sei lá, ficar com quem se gosta independentemente do sexo, curtição de novas sensações.


5- Se acaso for assumido, qual foi a reação da sua família?


Aceitação por parte mais distante da família, tias, primos. Mas minha mãe não aceitava de jeito nenhum, ficou um tempo me rejeitando e tudo.


6- O que poderia ser feito para que houvesse uma maior conscientização sobre a homossexualidade? Cite exemplos.


Uma mudança de consciência generalizada onde os tabus caíssem por terra e fosse um tema mais debatido entre os grupos sociais.


7- O que te levou a essa escolha? É algo mutável?


Bem tudo começa com brincadeirinhas, conversas sobre o tema, uma curiosidade maior sobre si mesma e também devido alguns traumas de relações heterossexuais. As meninas são muito mais sensíveis e solidárias com esses assuntos de sentimentos do que os meninos. Se dependesse de mim mudaria essa opção.


8- Você acredita que a discriminação é fruto da falta de informação?


Com certeza, as pessoas pensam que somos doentes ou coisa e tal, não aceitam que nossa relação é baseada em carinho e afeto.


9- Homofiobia é crime ou doença?


Eu acho que é falta de informação, preconceito e falta de amor e respeito ao próximo.



Sueli (nome fictício) tem 17 anos de idade.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Texto de aprofundamento 8

O texto abaixo são vários depoimentos interessantes de mulheres que se dizem homossexuais.



Depoimentos de mulheres homossexuais
Denise Adams/ÉPOCA

“Quando tinha seis anos, gostava de me deitar com uma amiguinha só para sentir o cheiro do cabelo dela. Namorei homens, tive filho e pode ser que um dia volte a namorar rapazes. No momento estou desencantada. Não acho que eles sejam confiáveis.Quando resolvi namorar uma mulher, fui direto para as páginas de anúncio da Internet. Foi a primeira escolha. Cheguei a conhecer uma menina que não queria um relacionamento, pois ela já tinha namorado. O curioso é que muitos homens retornaram meu anúncio. Eles não se conformam, acham que é falta de uma figura masculina. Estava preocupada comigo mesma porque perdi completamente o interesse sexual até encontrar uma mulher que me fez tremer toda. Relação com mulher é mais completa. Ela é mais companheira, amiga, amante. Ri com você, chora com você. A mulher se permite experimentar mais. Essa coisa de separar amor e sexo, que os homens sempre souberam fazer, é uma descoberta recente para mulheres como eu. No final das contas, eu não quero que me julguem. Sou missionária de minhas idéias e se no meio do caminho descubro que aquilo não me interessa mais, mudo meu percurso sem a menor culpa.”

Raíssa do Amaral, de 22 anos, secretária

Denise Adams/ÉPOCA


“Não escolhi ser homossexual. Sempre tive uma atração por mulheres, mas não sabia do que se tratava. Pensava comigo mesma que não poderia gostar de meninas. Foi um baque quando me apaixonei por uma mulher, há quatro anos. Entrei em depressão profunda. Antes tive a fase do bissexualismo, quando os meninos só queriam saber de ficar. Hoje em dia é até cool, moderno, dizer que é bi. As meninas se acham modernas, abertas. Não gosto de me relacionar com elas, pois não posso competir com os homens nesse campo. Até já fui trocada por um. Guardo experiências sexuais maravilhosas com eles, já os amei até. Nunca tive medo de perder emprego por causa da minha decisão, mas perdi amigos quando me assumi. Sabia que meus pais iriam me aceitar, mas eu tinha medo de fazê-los sofrer porque eles são de outra geração. Quando contei para eles, rolou a famosa cena do choro, mas as lágrimas caíram do meu rosto, não dos deles. Tenho uma namorada de um ano e meio e a gente se acaricia em público, sim. Confesso que nem percebo a reação das pessoas. Não é para provocar ninguém. Agimos como se fôssemos uma hetero. Mas se mexerem comigo, eu revido. Sou uma ótima cidadã, mas viro um bicho quando me desrespeitam. Não vou dizer que nunca mais ficarei com homem, até porque nunca me imaginei homossexual. Há preconceito, claro, mas a tendência é diminuir. A sociedade precisa de alguém para crucificar.”

Carolina “BobbiFranchon, de 22 anos, estudante

Denise Adams/ÉPOCA

“Namoro desde os 16 anos, meninos e meninas. Tive uns poucos namorados, queria experimentar os homens e ter certeza do que eu queria. Tive vários problemas familiares. Sou filha única, tive educação severa, fui criada pelos avós. Eu precisava disfarçar o tempo inteiro. Inventava, mentia, arrumava um amigo para o jantar da firma. Minha tia me ajudou a reconquistar meus pais. Hoje, acho que vale mais a pena ser verdadeira e correr riscos. As coisas estão bem diferentes. Dia desses dei um beijo de língua na minha namorada numa lanchonete de um bairro de mauricinhos de São Paulo. Um grupo parou de comer e, chocados, vieram nos perguntar se éramos artistas. Os homens têm fetiche por duas mulheres, mas muita gente ainda quer saber quem é o homem ou a mulher na relação, como se isso acontecesse com todas as lésbicas. Mas eu e uma outra namorada já fomos agredidas por um homem. Fomos à delegacia e abrimos um processo. Ele nos agrediu fisica e moralmente. Acho que por isso as lésbicas não se expõem tanto. Somos fisicamente mais frágeis numa briga. Mais: não é porque duas mulheres estão juntas que elas não pensam em ter filhos. Eu penso em ter. Inseminação é muito cara e eu prefiro ter filho naturalmente, com o acordo de minha namorada. A homossexualidade é só um pedaço da minha vida. Ninguém precisa se preocupar com esse único aspecto da minha vida.”

Ana Paula de Oliveira, ex-modelo e pequena empresária, de 27 anos

Denise Adams/ÉPOCA



"Assumir o meu desejo por outras mulheres não foi tarefa fácil. A educação nordestina é muito centrada nos valores familiares tradicionais. Mantinha minha opção sexual em segredo preocupada com a opinião dos meus pais e da vizinhança. Só aos 26 anos consegui ir a uma festa GLS. Percebi, então, que não era nenhum bicho de sete cabeças. Descobri que havia garotas como eu, e não apenas mulheres masculinizadas. Logo depois comecei a namorar uma menina e decidi abrir o jogo em casa. Minha mãe deu o maior apoio, mas meu pai até hoje prefere fingir que não sabe de nada. Às vezes ele fica falando barbaridades sobre gays e lésbicas na minha frente, critica mesmo. Mas não ligo mais, não. Assumir minha homossexualidade foi tirar um peso das costas. Deixei de ser introvertida e ter medo de paquerar uma mulher. Acho muito legal ver que de uns cinco anos para cá as garotas estão se liberando com mais naturalidade. Mas ainda existem, principalmente aqui no Recife, aquelas que mantém um namoradinho de fachada. Minha atual namorada, por exemplo, sempre teve desejos lésbicos mas mantinha-se hétero. Ela está decidindo como contar para a mãe sobre nosso relacionamento. Dou uma força pois sei como é difícil dar esse passo."

Ita Catrina, de 33 anos, auxiliar administrativa

“Namoro mulheres há três anos. Antes tive um relacionamento de três anos com um menino, por isso a decepção de minha mãe quando contei para ela a novidade. Foi um susto para eles. Bem, não carrego culpa cristã nenhuma, pois sou atéia. Sempre namorei homens e o sexo era maravilhoso, mas percebi que admirava mais as mulheres. É um lance de pele. Quando encosto numa menina, pega fogo. Com menino, demorava mais. Nunca transitei como bissexual, mas não posso dizer que a decisão é definitiva, porque não tenho aversão a homens. No trabalho e na faculdade contei que era lésbica e em vez de me descriminarem, fizeram rodas para fazer perguntas. Curiosadidade. Dou beijo na boca de minha namorada onde quer que vá, menos na frente de crianças. O olhar das pessoas é meramente curioso. As pessoas olham porque nunca viram aquilo. Se isso virar cotidiano, as pessoas não vão se incomodar mais. Particularmente, não sou de frequentar ambiente gay. Não vejo necessidade de me juntar para lutar por isso. Acho que a atitude política começa em casa, com os seus. Eu passei a vida inteira achando que sapatão fosse aquela mulher que dá porrada na outra nos botecos e gay é aquele cara que vê barata e sai correndo. Se mais pessoas se assumissem, a sociedade iria ver que as coisas não são bem assim. Ser homossexual não é defeito, nem qualidade, não acrescenta, nem diminui. É só uma característica, como tre olhos azuis ou cabelos crespos.”

Rafaela Pires, de 22 anos, comissária de bordo

“Meus pais sabem, meus amigos sabem, meus colegas de colégio sabem. Nunca senti preconceito ou um olhar torto, e acho que estou sendo beneficiada por uma série de mudanças. O fim daquele estereótipo da lésbica masculinizada ajudou muito, é como se a coisa ficasse menos agressiva. As pessoas percebem que uma mulher pode ser lésbica sem perder a feminilidade. Há avanços jurídicos também, como algumas decisões favorecendo homens que passam a receber pensão quando o companheiro morre. Tudo isso ajuda a construir, aos poucos, uma sociedade mais tolerante. É claro que no ambiente doméstico é mais complicado. Meus pais se assustaram quando eu contei. Acho que toda a família tem o sonho de ver a menina casar e ter filhos. Mas com o tempo eles perceberam que eu estava feliz. E o fato de eles aceitarem me deixa mais feliz ainda. É muito melhor viver assim do que esconder, viver se atormentando. Acho que aquela sensação de culpa que atormentava mulheres de outras gerações está acabando.”

Daniele Duarte, carioca, 21 anos, estudante de 2º grau

“Uma menina que vive hoje a situação que eu vivi quando tinha 15 anos certamente terá um peso muito menor nas costas. Descobri que era lésbica quando me apaixonei por uma colega de escola. Já tinha namorado alguns garotos, mas não gostava muito. Quando decidi falar sobre isso em casa, meu pai teve uma reação ótima. Mas minha mãe ficou chocada e me botou para fora. Fui vender títulos de capitalização para me sustentar. Desde então, nunca mais fiquei com homens. Não tenho vontade, mas isso não significa que não possa voltar a fazê-lo um dia. Hoje minha mãe já aceita minha opção, conheceu até minhas namoradas. Acho que o preconceito está diminuindo muito. As pessoas são bombardeadas por esse assunto na mídia, vêem notícias de paradas gays reunindo 500 mil pessoas em São Paulo, assistem a programa de televisão que tratam do tema com naturalidade. Todo mundo conhece alguém ou tem alguém na família que é homossexual. Contar para a família sempre foi o grande tabu. Tenho certeza que as mães de hoje conseguem lidar com isso de uma maneira muito melhor do que a minha.”

Rosane Amaral, de 33 anos, promotora de festas



Fontes:
http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT369166-1655-1,00.html

http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT369166-1655-2,00.html

Acessado em 14/10, às 22h40.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Texto de aprofundamento 7

Este texto mostra uma analogia muito interessante entre o Bullying e o Homossexualismo. O texto relata também sobre as consequências que um indivíduo pode ter ao sofrer o Bullying em sua infância e/ou adolescência, principalmente consequências que levam este ao homossexualismo ou é "diferenciado" por ser homossexual. Quem quiser ter mais relatos e entender mais sobre o famoso Bullying pode me perguntar, pois eu sou uma memória chagada de tal discriminação. Sofri o Bullying por 4 anos durante a minha infância e, depois, por 2 anos em minha adolescência. Mas viva a terapia.

Évelyn


Homossexualidade

A Homossexualidade e o Bullying


Tamara Lima


"Ao nascer a criança não tem consciência do seu sexo biológico e nem do papel social masculino e feminino ligado a sua pessoa. Quando começa a perceber o Eu diferente do Tu, assim como as diferenças sexuais pode entrar em contato com a realidade de que não escolheu ter nascido menino ou menina.

A aceitação do seu sexo biológico e o sentimento de pertencimento ao mesmo gênero irá depender de diversos fatores psico-sócio-cultural-familiar associados à própria percepção e leitura do mundo que cada um faz. Também está relacionado ao aspecto afetivo ligado à aceitação/carinho de sua pessoa como um todo, bem como se as pessoas do mesmo gênero são bem vistas ou não por aquelas a quem está ligado afetivamente.

Pessoas que vivenciam a homossexualidade queixam-se de terem sofrido “bullying
na infância e/ou adolescência. Bullying é uma palavra inglesa que representa todas aquelas situações desagradáveis provocadas por uma criança e/ou adolescente contra um(a) outro(a), causando dor, tristeza ou humilhação. Podemos citar como exemplos de Bullying as seguintes ações: botar apelidos; agredir (bater, chutar, empurrar, beliscar, etc); excluir ou isolar do grupo; roubar ou tirar pertences; rasgar ou quebrar o material escolar/brinquedo; discriminar (não respeitar as diferenças entre as pessoas); perseguir; ameaçar; inventar histórias falsas sobre alguém; etc. Portanto, Bullying pode ser entendido como zoar, gozar, sacanear, implicar, ‘pegar no pé’, perseguir, encarnar, etc.” (ABRAPIA, 2002).

O bullying é aplicado para diversos tipos de violência (física, psicológica e sexual) cometido entre os pares na infância e/ou adolescência com conseqüências para a vida adulta. Pessoas que vivenciam a homossexualidade continuam sofrendo bullying na vida adulta ou vivem estressadas devido ao receio da repetição de tais violências.

Realizei uma pesquisa exploratória juntamente com a colega Sylvanir Castro, na PUC-Rio, em 2002, para verificar as violências sofridas na infância e/ou adolescência e os seus reflexos na vida adulta com diversos grupos, dentre eles o de pessoas que vivenciam/vivenciaram a homossexualidade. Este foi um dos que mais relatou ter sofrido violências na infância e/ou adolescência.

As violências mais citadas foram as agressões verbais, discriminações e abusos sexuais e as demais: criação diferente da cultura/costumes do país ou lugar em que nasceu, opressão emocional e espiritual, presenciar cenas de violência, abandono, agressão física, negligência e exploração sexual.

Rosa Cukier, psiquiatra, psicanalista e psicodramatista, em seu livro “Sobrevivência Emocional”, São Paulo, Agora, 1998, em seus estudos sobre as dores da infância revividas no drama adulto, declara que:

“(...) quando uma criança percebe que um adulto está sendo injusto ou abusivo, sente raiva, mas nada pode fazer a não ser se submeter. Tal submissão forçada gera, por sua vez, sentimentos de vergonha, humilhação e inferioridade que jamais serão esquecidos, apesar de todos os esforços que fizer para negá-los, disfarçá-los e/ou modificá-los.Nestes momentos de tensão a criança decide algo secreto, como se fosse uma espécie de juramento consigo mesma, e que consiste basicamente num pacto de vingança e ou resgate da dignidade perdida. Algo como: ‘Quando eu crescer e tiver o poder físico que os adultos têm, nunca mais vou permitir que façam isso comigo ou com as pessoas que amo’.Em suma, por trás das dificuldades dos meus clientes adultos, comecei a perceber a existência quase que sistemática de uma criança com seus projetos de vingança e resgate da dignidade perdida, e que, exatamente pela perseverança do projeto infantil, acabava criando as dificuldades adultas atuais.” (CUKIER, 1998, p. 24)

É possível que as violências sofridas na infância e/ou adolescência tenha favorecido o desenvolvimento da homossexualidade de muitas pessoas. O comportamento homossexual na vida adulta também poderá ser uma forma de repetir os jogos sexuais vividos na infância. No que se refere ao abuso sexual, no Brasil, 165 crianças ou adolescentes sofrem abuso sexual por dia ou 7 a cada hora e 50% das vítimas se tornam abusadores. (ABRAPIA. Abuso Sexual: mitos e realidade. Coleção Garantia de Direitos – escola e comunidade. 4a. edição. Petrópolis, RJ : Editora Autores e& Agentes e& Associados, 2002, p.7)

Na pesquisa exploratória já citada acima, verificamos os sentimentos que as pessoas experimentaram com os abusos que sofreram. Quanto ao abuso sexual, o sentimento mais citado foi o prazer, seguido da vergonha, culpa, confusão e medo. Interessante que estes são os mesmos sentimentos que percebemos no cotidiano da maioria dos que vivenciam a homossexualidade.

Parte destas pessoas parecem procurar o afeto na relação com o mesmo gênero; outras, são impulsionadas pelo prazer que o “jogo” da relação homossexual proporciona. Este prazer que acompanha a vida de algumas, é possível que tenha se iniciado a partir dos abusos que sofreram na infância e/ou adolescência.

Há casos em que pessoas parecem ser movidas pelo sentimento de “liberdade” no intercurso sexual com os do mesmo sexo, onde também se sentem mais “compreendidas” e “aceitas”. Com o igual elas experimentam maior segurança, sabem o que fazer e acreditam que só com estes têm condições de sentir o prazer que desejam. Também há o mito de que estas “brincadeiras” só podem ser feitas entre o mesmo sexo - é como se houvesse alguma interdição quanto ao “brincar” com o sexo oposto.

Tal interdição parece semelhante à cultura masculina hétero antiga. Entendem que os homens não podem ter liberdade sexual com as mulheres que se casam só com as prostitutas. As mulheres devem ser tratadas como mãe/irmã e as que se mostram mais fogosas, sexualmente falando, são olhadas com desconfiança como se fossem prostitutas. No caso dos que vivenciam a homossexualidade masculina estas sensações são mais intensas levando-os a perceberem todas as mulheres como mães/irmãs e as que se mostram erotizadas na relação com eles podem gerar em muitos deles verdadeiro pavor. Tudo isto reforçado pelo sentimento de menos-valia e falta de ressonância interna de sensações que confirmem a sua masculinidade. Daí o fato de muitas pessoas que praticam a homossexualidade acharem que só vão poder experimentar o prazer e a liberdade na relação com o igual.

A homossexualidade parece fruto de um somatório de fatores, deixando muitas pessoas confusas e estas necessitam de uma rede de apoio, de um espaço relacional que favoreça a compreensão das mesmas. Todo este relato é para podermos entender melhor de que forma a influência neo-nazista/ativista gay atravessa o contexto individual.
"

Fonte:
http://investindonascriancas.blogspot.com/2009/08/homossexualidade_10.html
Acessado em 12/10, às 20h30.

Alguns outros textos

Tenho três textos muito bons que o Hamilton me enviou, mas, infelizmente, como são grandes e estão em pdf, não consegui colocá-los em nosso blog.

Quem se interessar me mande um e-mail que eu envio.
Meu e-mail: smithblurryoblivion@gmail.com

Dois textos falam sobre a homossexualidade como foco de estudo atual da Psicologia e o outro sobre a jovem homossexual de acordo com teorias da Psicanálise.

É isso.

Évelyn

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Texto de aprofundamento 6

Eis mais um texto de aprofundamento, e muito bom, que aborda a atualidade em relação ao homossexualismo, principalmente sobre o preconceito que eles sofrem. Aborda também algo sobre o bissexualismo, segundo a Psicologia, ele existe ou não? Só lendo pra saber! Mas é claro que cada um tem a sua opinião própria em relação a tal questão.


ISTOÉ Independente

COMPORTAMENTO


Entre eles e elas
Alvo de preconceito dos heterossexuais e dos gays, bissexuais defendem suas preferências

POR CARINA RABELO

<<span class=
CORAÇÃO ABERTO
Daiene diz que se apaixona por pessoas, independentemente do sexo

"Eles não são necessariamente afeminados, nem elas, masculinizadas. Não gostavam de jogar bola e brincar de boneca ao mesmo tempo, não usavam roupas do sexo oposto, mas, desde cedo, gostavam de meninos e meninas. Hoje, em vez de disputarem pretendentes com pessoas do mesmo sexo, incluem os “rivais” nas possibilidades de relacionamento, ampliando em 50% a chance de um encontro com a almejada cara-metade. “Os bissexuais têm o comportamento igual ao de qualquer pessoa do mesmo sexo que seja heterossexual. A diferença está apenas no desejo sexual”, explica a ginecologista e terapeuta sexual Glene Rodrigues. O tema polêmico voltou à arena dos debates nacionais depois que Marcelo Arantes, 31 anos, participante do último Big Brother Brasil, assumiu ser bissexual e Thatiana Bione, 20, que também participou do programa, revelou já ter beijado mulheres.

Mas a pluralidade no desejo vem acompanhada de um alto preço: o preconceito. Os bissexuais são alvo de críticas de todos os lados. Os heterossexuais os responsabilizam pela transmissão da Aids e os homossexuais os acusam de camuflarem a verdadeira opção gay e enfraquecer a luta por direitos iguais. “Não existe bissexualidade pela psicologia. As pessoas que se dizem bi são, na verdade, homossexuais que não têm coragem de se assumir”, afirma o psicólogo e especialista em sexologia Arnaldo Risman. “A maioria dos bissexuais são gays que se protegem do preconceito e raramente se engajam na causa GLS”, acusa o fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott.

PRECOCE Felipe, 18 anos, namora meninos e meninas desde os 11

A polêmica sobre se a bissexualidade existe é falsa para quem sente atração por homens e mulheres. “É como obrigar alguém a escolher entre pessoas loiras ou morenas. Não se pode gostar dos dois?”, questiona o ator e modelo Felipe Defall, 18 anos, que namora garotos e garotas desde os 11 anos. “É simples. Nós nos apaixonamos por pessoas, sem rótulos. O sexo é apenas uma questão secundária”, resume a professora de educação física Daiene Cruz Mercado, 25 anos.

Na maior pesquisa sobre sexualidade brasileira, coordenada por Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, 3,1% das mulheres se declararam homo ou bissexuais. Entre os homens, 3,9% afirmaram ter práticas homossexuais e 4,7% bissexuais. No total, foram ouvidas 2.835 pessoas, em 2001, em seis capitais e algumas cidades paulistas. A crescente contaminação de mulheres casadas pelo HIV também jogou luz sobre os homens bissexuais ocultos. Estima-se que 80% delas tenham sido infectadas pelos maridos que, paralelamente, mantinham relação com homens.

NA TEVÊ O big brother Marcelo assumiu ser bi no programa

Nem uma relação monogâmica de longo prazo é motivo para questionar a bissexualidade, segundo uma pesquisa de janeiro passado da Universidade de Utah (EUA). De acordo com o estudo, 89% das mulheres bissexuais mantêm a orientação sexual mesmo quando envolvidas em uma relação estável com um único parceiro. “A sociedade caminha para um modelo único de relacionamento na medida em que o homem perde características tipicamente masculinas e a mulher absorve estas características”, explica o pesquisador e médico italiano Umberto Veronesi, estudioso da sexualidade humana. “O prazer com os dois sexos é a evolução natural da espécie humana”, aposta.

Mas, apesar do desejo duplo, os bissexuais costumam ter preferências. Em geral, elas tendem a rejeitar os machões e não resistem aos tipos sensíveis, companheiros e que gostam de discutir a relação. Eles, por sua vez, evitam mulheres frágeis, preferindo as mais fortes e determinadas. “Com as muito sensíveis, a gente tem de ter mais cuidado com o jeito de falar. Os homens são mais desencanados”, opina Ajams Smytt, 20 anos. O funcionário público Rodrigo Santana conversa abertamente sobre a sua bissexualidade com a esposa, sua parceira há cinco anos. “Ela sabe que já tive um namorado e, quando saímos, admiramos juntos os homens bonitos”, conta ele, que diz ter encontrado nela a parceira ideal para viver seus desejos sexuais na plenitude.

BISSEXUAIS HISTÓRICOS
Ao longo dos anos, não faltaram exemplos de personalidades
que assumiram gostar de ambos os sexos:

Alexandre, o Grande
O rei da Macedônia, conhecido pela sua virilidade e bravura,
teria se apaixonado por Hephastion, um amigo de infância
com quem manteve uma relação de anos. Mas nunca deixou
de se relacionar com mulheres, entre elas a princesa Roxane,
da Pérsia.

Frida Kahlo
Apesar da paixão pelo seu marido, Diego Rivera, e do
envolvimento com León Trotsky e o poeta André Breton,
a pintora mexicana se relacionou com as atrizes Dolores
Del Rio, Maria Felix e Paulette Goddard e a artista plástica
Georgia O’Keeffe.

Simone de Beauvoir
Na obra O segundo sexo, a escritora fala abertamente
da sua bissexualidade e das relações que mantinha
com as alunas. Ela defendia os triângulos amorosos e
se relacionava com o filósofo Jean-Paul Sartre, com
quem compartilhava amantes."


Fonte:
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2004/artigo75961-1.htm
Acessado no dia 07/10, às 21h30.