quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Texto de aprofundamento 11

Este texto é um artigo que traz um panorama geral sobre a sexualidade na adolescência.


Sexualidade na adolescência

"A sexualidade, no ser humano, possui um longo desenvolvimento e tem seu início desde o nascimento. Trata-se de uma organização que vai se estruturando a partir de fases, desde as pré-genitais até a genital propriamente dita, que é atingida com a maturidade.

O objetivo deste artigo será o de conhecermos um pouco do funcionamento da sexualidade no período da adolescência.

Mesmo que para uma compreensão melhor desse tema pensemos em fases e determinemos faixas de idade ou tendências para certos comportamentos, vale lembrar que cada pessoa tem o seu próprio desenvolvimento, com uma ordem particular e única.

Dois acontecimentos específicos marcam o início da puberdade: nos meninos, a primeira ejaculação, ou polução; nas meninas, a menstruação, e, com as transformações que começam a ocorrer no corpo, tornam-se experiências que provocam intensas emoções, muitas vezes carregadas de angústia e culpa. Mas, ao mesmo tempo, tudo isso é muito desejado e motivo de orgulho, porque são marcos que indicam a saída da infância.

No início da adolescência, na puberdade, por volta dos onze, doze anos, a sexualidade é auto-erótica, ou seja, o jovem está mais voltado para si mesmo, para o seu corpo. E o que prevalece aqui é a masturbação, que não vem acompanhada, necessariamente,de fantasias com um objeto sexual. É uma atividade importante porque proporciona um conhecimento do corpo e das sensações que provêm dele e é também um ensaio para a futura sexualidade heterossexual. Além disso, pode ser usada como descarga de impulsos agressivos e válvula de escape para situações de tensão, frustração e conflito, possibilitando, assim, uma compensação ao sofrimento.

Mesmo em condições mais liberais, o adolescente poderá sentir-se culpado com a prática masturbatória, pois em nossa cultura ela ainda está associada a pecado, a sujeira e a diversos mitos. Mas a masturbação, nessa fase, faz parte do desenvolvimento normal.

Com a intensa excitação, sintomas como medos e fobias podem aparecer.

Também as dores de estômago, de cabeça, as tonturas, roer unhas, gagueira, mexer no cabelo podem ser expressões de conflitos nessa área. Outras ainda são os medos de monstros, ladrões, ou bichos, que deixam o jovem muito assustado. Ao mesmo tempo, há uma atração especial pelos filmes de terror, porque sobre eles pode-se projetar todo o horror e pavor que a explosão da sexualidade e as transformações que estão ocorrendo provocam no adolescente. Entrar em contato com o corpo modificado é algo que quase sempre causa desconforto e estranheza.

Os transtornos alimentares são outro exemplo de quadros que representam conflitos intensos em relação a essa questão.

Gradativamente, a fase auto-erótica vai dando lugar a uma fase homossexual, antes de partir para uma sexualidade heterossexual. A relação de amizade com os amigos do mesmo sexo é uma forma de proteger-se do contato com o sexo oposto, que é muito desejado, mas muito temido também. É um momento em que vemos as amizades idealizadas, onde a escolha do amigo pode se basear naquela qualidade que o outro tem e que é muito admirada. Nas meninas, é freqüente a paixão por uma amiga ou por uma pessoa reconhecida como especial.

Com o avanço da adolescência, por volta dos quinze anos, o jovem vai começando a definir, lentamente, sua inclinação sexual. A busca das relações adquire novos aspectos. A masturbação ainda está presente, mas possui características um pouco diferentes, pois já é acompanhada de fantasias com outras pessoas.

O adolescente volta-se para o amor heterossexual, mas os contatos ainda são feitos sob o domínio do grupo.

São freqüentes as paixões platônicas, sentimentos que são experimentados mais internamente do que na prática.

Se existe uma atividade sexual esta é acompanhada, muitas vezes, de ejaculação precoce e uma confusão na forma de lidar com as relações. Em geral, os meninos, assim que conseguem realizar um ato sexual, tendem a espalhar a notícia, numa necessidade exibicionista, seguida de desprezo à parceira. Isso também é próprio de uma cultura que valoriza o machismo e fecha as possibilidades para uma imagem mais integrada e menos consumista do ser humano. Às meninas resta, muitas vezes, renderem-se a essa situação por falta de condições diferentes.

A pornografia, o álcool, as drogas, e as gangues também passam a ser alvo de interesse. As relações em grupo acontecem em meio a sentimentos intensos de ódio, inveja, competição e traição. Uma alternativa para ajudar o adolescente a canalizar parte dessa violenta carga de emoções é o acesso a atividades esportivas.

Por outro lado, nessa fase, observa-se, também, um afloramento da criatividade, do otimismo, do desejo de justiça, de um idealismo, de buscar tudo que possa tornar a vida melhor. São qualidades que precisam ser acolhidas e aproveitadas pela família e pela sociedade no geral.

No período final da adolescência, o jovem está mais independente, não precisa tanto do grupo e está à procura de um(a) parceiro(a), com uma capacidade maior de desenvolver a ternura, o cuidado com o objeto amoroso. Trata-se de uma necessidade tão grande, que, se não satisfeita, empurra o jovem para a solidão, um estado difícil para quem ainda não possui elementos suficientemente consistentes para tolerá-la ou superá-la.

Há uma tendência a ir substituindo a masturbação pela atividade genital com um parceiro, mas ainda não é o momento de fazer escolhas mais decisivas, visto que a idealização é uma condição ainda presente, embora minimizada.

O final da adolescência marca, para o jovem, a superação do desafio de buscar a sua identidade e liberdade, conquistas que dependem da renúncia aos pais da infância e do reconhecimento da sua individualidade. O que importa, nesse momento, é libertar-se do pai e abrir caminhos para a vida adulta.

A adolescência é considerada uma fase tão rica de transformações, em todos os sentidos, que foi considerada pelo psicanalista Maurício Knobel, uma síndrome, a síndrome da adolescência normal, onde são tratados como normais, nesse período, os transtornos, os conflitos e as ações atípicas, que em outros momentos da vida poderiam ser considerados patológicos."

Por Élide Camargo Signorelli

Fonte:
http://falandonaquilo.blogtv.uol.com.br/2009/08/07/sexualidade-na-adolescencia

Acessado em 21/10, às 11h.

13 comentários:

  1. taí um artigo que eu achei interessante sobre a sexualidade e adolescência... não se trata somente do homosexualismo, mas da sexualidade como um todo...

    talvez nos ajudará..


    Laís

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  2. Vlw Laís, ajudou sim, bastante.

    O que você achou da nossa idéia que está na postagem anterior? Pedimos a sua opinião também.

    Évelyn

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  3. ficou muito boa, mas temos que nos aprofundar um pouco mais no assunto da homosexualidade, jah que o nosso projeto se trata disso

    laís

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  4. Tá certo Laís, já li sua opinião nos comentários da postagem anterior. Espero que realmente dê em algo a nossa reunião e que aqueles que não fizeram quase nada faça ao menos alguma coisa para ajudar, e assim o trabalho não ficará com o aspecto de que somente a minoria do grupo fez.

    Évelyn

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  5. Ok, também penso assim. Vamos abordar o nosso assunto que é a homossexualidade na adolescência e por fim, colocaremos esta parte do psicólogo no nosso tema, como o Hamilton fez no texto dele.

    Évelyn

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  6. Boa tarde a todos, gostaria de opinar em relação ao nosso tema, pois o mesmo fala sobre adolescencia e sexualidade, mas estamos dando ênfase somente à homosexualidade. não seria melhor que o tema fosse adolescencia e homosexualidade? ou então construirmos um texto falando da sexualidade em geral, dando ênfase à homosexualidade??


    Laís

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  7. Mas é este o nosso propósito, como foi escrito no pré-projeto:

    "(...) O nosso objetivo central é uma abordagem crítica sobre o comportamento e o desenvolvimento da homossexualidade entres os adolescentes, e assim desmitificar os tabus e preconceitos do homossexualismo na adolescência.
    Devido toda uma polêmica que deparamos em nossa atualidade e também ao seu caráter controverso, buscamos revelar os conceitos que até o presente são tidos como preconceitos, por ignorância da sociedade quando o assunto é homossexualidade, ainda mais entre os adolescentes. (...)"

    O nosso tema é Sexualidade e Adolescência, mas o nosso foco é a homossexualidade.

    Évelyn

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  8. E acho que tem alguns textos postados falando sobre o assunto, como alguns que a Evelyn postou e eu tbm sexualidade na adolcência se não me engano..
    porém, Laís a professora comentou, que se os "Autores" relação ao grupo, se quiserem mudar o foco poderá, então acho válido colocar o tema em debate,contudo quem ganha somos nós que não fica só em uma visão de Sexualidade na adolência, mas ampliando-se o nossa visão de mundo e assim poder opinar sobre essas questões.
    muito bom mesmo..
    quando vai ser a reunião?
    Valeu Lais, muito bom o texto e sua contribuição

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  9. Laís, faz um texto seu Explorando suas habilidades sobre o tema, e com suas idéis com sugestões..
    Obrigado a todos, você também Evelyn, pois quero saber o que você tem pra dizer sobre nosso tema e sua postura profissional, grato!!

    Nosso trabalho está muito bom galera!!

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  10. hamilton, vou tentar fazer esse texto no fim de semana, porque aki em casa tah em obras, daí jah sabe neh, uma barulheira e bagunça danada.


    xero

    boa tarde

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  11. hamilton, vou tentar fazer esse texto no fim de semana, porque aki em casa tah em obras, daí jah sabe neh, uma barulheira e bagunça danada.


    xero

    boa tarde



    Laís

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  12. Lais , parece que vamos nos reunir hj pra falar sobre o blog, parece que ficou um clima chato, e também para tentarmos concluir o texto final..

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