terça-feira, 15 de setembro de 2009

Texto de aprofundamento 1

A sexualidade das crianças e particularmente dos adolescentes é preocupação escolar desde o século XVIII, quando esta questão torna-se um problema público. Desde então, a instituição pedagógica não impôs um silêncio geral ao sexo das crianças e dos adolescentes. Pelo contrário, concentrou as formas de discurso neste tema, estabeleceu pontos de implantação diferentes, codificou os conteúdos e qualificou os locutores. Tudo isso permitiu vincular a intensificação dos poderes à multiplicação do discurso. No Brasil, a inserção da educação sexual na escola operou-se a partir de um deslocamento no campo discursivo sobre a sexualidade de crianças e adolescentes.
Nos anos 20 e 30, os problemas de “desvios sexuais” deixam de ser percebidos como crime para serem concebidos como doenças. A escola passa a ser tida como um espaço de intervenção preventiva da medicina higiênica, devendo cuidar da sexualidade de crianças e adolescentes a fim de produzir comportamentos normais. Durante as décadas de 60 e 70, a penetração da educação sexual formal na escola enfrentou fluxos e refluxos. Na segunda metade dos anos 60, algumas escolas públicas desenvolveram experiências de educação sexual. Todavia, elas deixam de existir em 1970 após um pronunciamento da Comissão Nacional de Moral e Civismo dando parecer contrário a um projeto de lei de 1968 que propunha a inclusão obrigatória da Educação Sexual nos currículos escolares. Em 1976, a posição oficial brasileira afirma ser a família a principal responsável pela educação sexual, podendo as escolas, porém, inserir ou não a educação sexual em programas de saúde. Os PCNs pretendem ser um referencial fomentador da reflexão sobre os currículos escolares, uma proposta aberta e flexível, que pode ou não ser utilizada pelas escolas na elaboração de suas propostas curriculares.
A fim de atingir os objetivos propostos pelos PCNs, o tema transversal da orientação sexual deve impregnar toda a área educativa do ensino fundamental e ser tratado por diversas áreas do conhecimento. O trabalho de orientação sexual deve, portanto, ocorrer de duas formas: dentro da programação, através de conteúdos transversalizados nas diferentes áreas do currículo, e como extraprogramação, sempre que surgirem questões relacionadas ao tema. Este tema deve ser tratado ao longo de todos os ciclos de escolarização. Os programas de orientação sexual devem ser organizados em torno de três eixos norteadores: “Corpo: matriz da sexualidade”, “Relações de gênero” e “Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis/AIDS”.
A partir da puberdade e das transformações hormonais ocorridas no corpo de meninos e meninas, é comum a curiosidade e o desejo da experimentação erótica a dois. É a partir da puberdade que a potencialidade erótica do corpo se manifesta sob a primazia da região genital, expressando-se na busca do prazer.
A potencialidade erótica do corpo a partir da puberdade é concebida como centrada na região genital, enquanto que, à infância, só é admitido um caráter exploratório pré-genital. Os conteúdos devem favorecer a compreensão de que o ato sexual, bem como as carícias genitais, só têm pertinência quando manifestados entre jovens e adultos. Noutros momentos, afirma-se uma certa dimensão histórica da sexualidade, como quando é explicado que uma disciplina como a História pode incluir “conteúdos a respeito de como a sexualidade é vivida em diferentes culturas, em diferentes tempos, em diferentes lugares”. Todavia, esta dimensão histórica é pensada como sendo construída em cima de algo naturalmente dado. Em outras palavras, a sexualidade e o sujeito são pensados como essências sob as quais há um investimento da cultura.

Ministério da Educação.
Fonte: [me] Ministério da Educação - Domínio Público

7 comentários:

  1. Hamilton,
    Eis o texto que você me enviou!
    Muito bom, assim teremos mais conteúdo para agirmos diante o assunto a ser trabalhado na pesquisa. Valeu mesmo Hamilton, pelo seu empenho!
    =)

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  2. Pessoal,
    Peço que quem tiver algum texto interessante e que tenha relação com o nosso tema do trabalho, me passe por favor para poder postar no blog, ok? Será "Texto de aprofundamento", no caso, texto 2, texto 3, texto 4 e assim por diante, como foi o texto que o Hamilton me passou, texto de aprofundamento 1.
    Sugiro também para aqueles que foram na ONG que façam uma prévia ou um pequeno relato (relatório) de como foi a visita e quais os assuntos foram esclarecidos por lá para já termos uma idéia.
    Temos que nos reunir também para fazer o novo passo do trabalho que a professora irá nos mostrar na próxima aula.
    Não sei se seria de comum acordo, o Mardon já entrevistou uma pessoa e acho legal se começarmos a postar as entrevistas também no blog, mais os textos de aprofundamento e mais o relatório da visita na ONG, teremos uma boa base para o trabalho. Colocando assim tudo o que estamos fazendo e pesquisando no blog, fica mais fácil para adquirirmos o nosso material.
    Bora, galera! Daqui a pouco o semestre acaba, é num piscar de olhos!!! Temos que iniciar a conclusão desta meta, no caso, deste trabalho.
    É isso.
    =)

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  3. Muito bom, nosso grupo vai caminhar aos poucos.

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  4. Oi galera, eu achei que o texto ficou muito bom e que se encaixou perfeitamente em nosso tema, eu vou fazer uma descrição de como foi la na ong hoje a noite e mando em seguida, quanto ao grupo acho que todos devem fazer sua parte sem que alguém fique pedindo, isso e uma questão de consciência de cada um saber que tem obrigações que são importantes para todo o grupo então teremos uma reunião na sexta pra discutir alguns pontos do trabalho, espero que ninguém falte!!!

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  5. há detalhe quem escreveu isso ai em cima foi eu o Thiago!!!

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  6. Vlw Thiago!
    Vamos nos reunir na sexta-feira então, e assim dividir o nosso trabalho e entrar em acordo quanto ao nosso tipo de abordagem e de pesquisa.
    =)

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  7. Ah, vou postar os outros textos de aprofundamento, que o Hamilton me mandou, depois da nossa reunião na sexta.

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